Um dos pontos mais centrais da vida de uma pessoa, é a família. E muitos não percebem que o motivo de sua infelicidade se relaciona diretamente com a sua vida familiar. Não percebem quanto mal fazem ao não cuidar deste bem precioso que é a família. Outros não valorizam sua família como deveriam, por conta de problemas e ainda há os que esqueceram a beleza que brota do amor em família.
Mas antes de você responder como vai a sua família, quero que você reflita em como você está em relação a sua família a partir das perguntas abaixo:
- Você ama e valoriza a sua família?
- Você tem tempo para diálogo em casa com seus filhos e sua esposa (o)?
- Você faz as refeições juntos?
- Você tem momentos de espiritualidade em família?
- Você reserva um tempo para lazer ou passeio em família?
- Você demonstra afeto, carinho e ternura por seus familiares?
- Você realiza planos para sua família?
- Você exercita a correção mútua no amor, e pratica o perdão?
- Vocês enfrentam os problemas e as contrariedades da vida juntos?
- Vocês são generosos uns com os outros e planejam a vida financeira?
- Você é sincero com seu parceiro (a)?
Quantas perguntas…, mas a resposta a estas perguntas podem te ajudar a responder a primeira: E a Família, como vai? Não podemos deixar de lado a realidade que estamos vivendo em nosso tempo, que é uma crise da instituição família. Esta crise está balizada na própria crise do homem contemporâneo, que tem invertido valores, e perdido sentido de viver. Mas não é somente isto, também observamos que a fragilidade da educação em casa e na escola, o mal das drogas, os avanços dos meios de comunicação e da tecnologia, a agitação e correria da vida urbana, tem afastado o homem do convívio e da partilha da vida em família. Em nosso país isto se agrava quando falamos do desequilíbrio social e econômico, e uma cultura que não deseja a felicidade da família.
Pois bem, os fatores são muitos, mas as perguntas que fiz anteriormente são exatamente como doses de “remédio” para estas dificuldades e desafios que a família encontra ao longo da sua jornada. Estes “remédios” você pode aplicar em você mesmo e em cada membro da sua família, na própria convivência familiar para sarar as feridas que possam existir. Mas antes tome consciência: não existe família perfeita, não existe família sem problemas, não existe família sem desafios e superações.
A família é uma comunhão de vida e amor, então o primeiro passo é decidir amar e valorizar a sua família, com as limitações, defeitos, dificuldades. Ela é sua família.
Abrir espaço para o diálogo, onde todos podem falar e ser ouvidos, sem julgamentos, com acolhimento, corrigindo mutuamente com amor e por amor, sem medos.
Criar momentos de convivência familiar. Me recordo da infância com grandes mesas para a refeição aos domingos, onde todos se assentavam em torno para se alimentar e conversar. Fazemos isto ainda na casa dos avós, mas perdemos o costume de realizar isto em nossas casas, mas precisamos abrir espaços de convivência, de estar juntos, seja na refeição, no lazer, no café.
Demonstrar afeto e ternura pelos seus. Abraçar aos membros da família. Esposa e Esposo se beijarem, cultivarem o carinho um ao outro, quebrar as barreiras que podem ter sido criadas ao longo do tempo. Realizar a prática do perdão dado, sempre e quantas vezes forem necessárias para sarar as feridas do coração. Libertar-se da raiva, rancor, ressentimento, que prendem os sentimentos, aprisionam os sonhos, corroem o coração e a capacidade de bem viver.
Cultivar a espiritualidade familiar, a oração em família, a leitura espiritual, alimentar a alma, cultivar a transcendência, isto é fator determinante para ajudar a família passar pelas contrariedades da vida: as doenças, as perdas dos entes queridos. Tudo isto baterá a nossa porta, mais cedo ou mais tarde, e somente quando temos a visão que o mundo não se resume a matéria, mas que temos uma alma imortal, e que estamos buscando a felicidade exatamente por este desejo estar inscrito desde sempre em nossa existência por nosso Criador, seremos capazes de suportar a dor e sofrimento que passamos como família.
Bom, o assunto é extenso, e não vou esgotá-lo aqui, mas quero que você reflita sobre como está a sua família, e como pode ajudá-la em sua trajetória de vida, e principalmente com o coração cheio de esperança, de que você pode ser feliz com sua família.
Nem todas as famílias são um sucesso, mas longe de imaginarmos que estamos fadados a fracassar, e mesmo as famílias que pelas dificuldades se dividiram e não conseguiram permanecer unidas, também podem se reencontrar, e reavivar seus relacionamentos de respeito mútuo, mesmo que a convivência não seja mais possível. Os desafios estão aí diante de nós, e sabemos onde estão as feridas. Te convido a exercitar um dos “remédios” que te passei acima, para curar seu próprio coração, ou o coração de alguém da sua família.
