Uma situação que presenciei no horário do almoço hoje, me fez refletir sobre como está a nossa educação e nosso processo formativo como pessoa humana.
Uma simples reclamação pode se tornar uma agressão. Uma simples negativa ou recusa diante de um pedido pode se tornar um dilema de tamanhos desproporcionais em nível: pessoal, profissional, familiar.
Você deve ser perguntar: Mas porque estamos mais reativos e agressivos? Por que estamos mais frágeis e suscetíveis a destemperos emocionais?
“Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra”. Anísio Teixeira
Muitos são os fatores que influenciam a nossa sociedade contemporânea, mas reflito agora especialmente em como estamos educando e formando pessoas para a vida. Talvez nem sempre entendamos que a educação que está relacionada a um “poder-saber” e um “saber-fazer”, isto é teoria em forma de prática, e prática embasada em uma teoria, influencia a vida das pessoas em todos os âmbitos de sua existência e relações. Não devemos nos prender a um teor mecanicista ou tecnicista quando falamos de educação, apesar de ser obvio e necessário a educação técnica e profissionalizante. O que reflito é mais relacionado as bases da educação do ser humano, como cidadão, em sua ética e relações com os seus iguais. A educação é um trabalho da vida inteira. Estamos durante toda a vida, sendo educados e educando a partir do que vivemos, vemos, ouvimos, sentimos através das mais diversas formas.
O que o homem e mulher contemporâneo passam, é uma crise de felicidade, pelo esquecimento de seu fim último, e pela perda do valor e o respeito da própria vida. Isto percebemos pelas crises mais agudas nas relações do dia a dia, pelo crescimento de pessoas com transtornos psicológicos… etc; que refletem uma crise na educação, não somente institucional, quando olhamos para as escolas e faculdades, mas perdemos o rumo da educação cidadã, da educação para a vida.
Valores de ética, respeito e diálogo colhidos na família, na convivência nos diversos círculos de amigos, comunidades, e até mesmo nas escolas, tem se esvaziado fortemente em meio a uma tempestade de “movimentos ideológicos”, e uma guerra de “vaidoso emocionalismo”, onde se enaltece mais o individualismo e o sucesso pessoal, não importando muito os demais.
Estamos em um tempo onde a sociedade adoece pois busca saciar a sua vaidade e seu sucesso ideológico, mesmo que para isto seja necessário desrespeitar o outro. Isto reflete em um descaso, desrespeito e até mesmo agressividade com a opinião dos demais, principalmente quando pensam diferente. Havia um tempo que pensar diferente não era um problema grande assim… hoje infelizmente é.
Estamos vendo isto acontecer em todos os meios: Social, político, empresarial, familiar e até mesmo religioso. Acho que isto nos mostra algo que estamos custando a enxergar: precisamos urgentemente retomar a educação para a vida: Ética, respeito, diálogo.
Importa mais a essência do que o sucesso…e diria que o sucesso depende inteiramente de você encontrar e viver a essência.
Término esta reflexão com uma frase de Paulo Freire: “Educar-se é impregnar de sentido cada momento da vida, cada ato cotidiano.”
Nesta encruzilhada do tempo, precisamos retomar o caminho da felicidade e do sentido da vida que nos leva ao encontro terno com o próximo, de maneira ética, respeitosa e aberta ao diálogo, pois só assim será possível construir uma sociedade prospera e fraterna, onde todos vivam em paz, anseio de todo coração humano. Marcelo Nogueira